sábado, 31 de dezembro de 2011

Melhores do Ano de 2011 - Teatro

A Gazeta do Povo colocou nosso espetáculo entre as cinco melhores produções teatrais de 2011:
http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1208249&tit=Os-bons-e-os-melhores-do-ano



Agradecemos de coração a todos que nos apoiaram neste ano. Feliz 2012! Logo estaremos de volta.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

em breve voltaremos...


A Inominável Companhia de Teatro agradece a todos que prestigiaram a temporada de lançamento de A Cidade no Teatro José Maria Santos. Em breve, voltaremos a cartaz.


Lilyan de Souza (Clair), em A Cidade, de Martin Crimp.
direção de Márcio Mattana - realização da Inominável Companhia de Teatro
fotografia: Anderson Fregolente



"Inominável Companhia debuta com o pé direito em A Cidade.
(...) A tensão constante impede que se olhe o relógio". 
Helena Carnieri - Gazeta do Povo / Jornal de Londrina
http://www.jornaldelondrina.com.br/divirtase/conteudo.phtml?tl=1&id=1166610&tit=Martin-Crimp-inedito-no-Brasil

Entrevista com Martin Crimp (fragmento)

Lilyan de Souza (Clair) e Márcio Mattana (Christopher).
fotografia: Anderson Fregolente

Gwénola David: À medida que a história avança, a narrativa parece fugir da situação realista inicial, a sensação do real se esfumaça. Como se, desprovido de seu emprego, Cristopher perdesse também o sentimento de existir, como se, deixando de existir em sua vida, Clair se deslocasse para a ficção. De onde vem essa estranheza que se infiltra lentamente na peça?


Martin Crimp: Vem da minha relação de amor e ódio com o teatro convencional.  Eu destruo a peça à medida que a construo. A estranheza ocorre também porque eu me deixei guiar pelas teias do inconsciente. Escrevendo os longos monólogos, eu sabia que viajaria por territórios desconhecidos. Eu queria surpreender a mim mesmo.
Letícia Guazzelli (Jenny).
fotografia: Anderson Fregolente


Gwénola David: A Cidade aborda justamente o processo de escritura se constituindo.  A ficção parece tornar-se real e, dessa forma, desacreditar o real por introduzir no cerne das percepções a suspeita do fictício. 

Martin Crimp: O texto expõe um problema insolúvel. Mas não questionaria assim a nossa própria condição de espectadores no teatro? No teatro, acreditamos no que vemos mesmo sabendo que é tudo falso, não é mesmo?  Eu exploro o ilusionismo do teatro enquanto o utilizo à minha maneira: desconfiando dele, desafiando-o. Em A Cidade se propõe também uma reflexão sobre o nosso mundo de aparências, repleto de telas midiáticas, seduzido por políticas superficiais, que perderam toda profundidade, toda noção de engajamento.  Eu busquei uma forma que traduzisse, na própria escritura, esse desdobramento em direção a uma sociedade superficial. Eu parti da situação banal de um casal com duas crianças, e depois eu me aprofundei nos interstícios, por detrás das imagens,  para atingir as regiões mais submersas.
Ana Carolina Lisboa (Garota).
fotografia: Anderson Fregolente


Gwénola David: A escritura é a tradução do que se tem em si. Qual é a “sua cidade”?


Martin Crimp: Eu tenho pelo menos duas cidades! Existe a Londres onde eu vivo, que se desenha pelos caminhos, as vias habituais, os lugares familiares. E depois, os mundos imaginários da escritura que se desdobram em minhas peças. Não tenho certeza se estas cidades se encontrem em algum lugar.  Eu tenho um caderninho em que anoto cotidianamente pensamentos, observações. No entanto, é raro que estas anotações apareçam em meu teatro. É um dos paradoxos da escritura.



Trecho de entrevista concedida a Gwenola David e publicada digitalmente pelo Théatre du Nord em 2010.
 Tradução para o Português: Marcelo Bourscheid
Leia a entrevista original aqui:

domingo, 4 de setembro de 2011

Clair

"- Ele olhou para mim e o estranho foi que os seus olhos — que eram cinzentos — sempre haviam sido cinzentos — eram cinzentos na estação — eram cinzentos na cafeteria — seus olhos haviam se tornado — e eu não estou falando da luz — estou falando dos olhos mesmo — seus olhos haviam se tornado pretos. Seus olhos haviam se tornado negros como o interior de uma papoula e ele me disse, ainda não confessei".

Lilyan de Souza
(foto: Blog da Maitê)

Christopher

"- homens de cabelos grisalhos assistindo o rio se transformar em filetes — cidades em mapas — oceanos inteiros num campo de fagulhas — desprezo total — sim — assim mesmo — como você — esse olhar — POIS O QUE EXATAMENTE VOCÊ ESTÁ TENTANDO ME DIZER?"

Márcio Mattana
(foto: Blog da Maitê)

Jenny

"- É uma guerra secreta. Não posso lhe dizer onde é, ou estaria pondo vidas em risco. Mas posso contar que o que eles estão fazendo agora, na guerra secreta, é atacar uma cidade — pulverizá-la, na verdade — sim — transformar essa cidade — as praças, as lojas, os parques, os centros de lazer e as escolas — transformar todas as coisas numa fina poeira cinzenta"

Letícia Guazzelli
(foto: Blog da Maitê)

Garota

"- Eu não tenho nenhum pensamento secreto".

Ana Carolina Lisboa
(foto: Blog da Maitê)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

em breve, como se diz nos livros...


"Eu estava convencida de que para ser uma escritora eu só precisaria viajar para essa cidade — essa que havia dentro de mim — e escrever o que descobrisse ali".



A CIDADE (The City)
de Martin Crimp.



com Lilyan de Souza, Márcio Mattana, Letícia Guazzelli e Ana Carolina Lisboa.

tradução: Francisco Innocêncio.
dramaturgistas: Marcelo Bourscheid e Ana Peixoto.
trilha e preparação para piano: Grace Torres.
design gráfico e iluminação: Lucas Mattana.
cenografia e figurinos: Paulo Vinícius.

direção de Márcio Mattana.
realização da Inominável Companhia de Teatro.


Teatro José Maria Santos
7 a 18 de setembro de 2011
(de quarta a domingo)

20h